CAPITULO XVIII

Vovó me levou ao médico…

            Desde que Sofia chegou lá em casa, minha mãe sempre deixou bem claro que não se responsabilizava por levar ela no veterinário ou coisas desse tipo. Como nada que dona Eunice disse se escreveu, o mesmo foi em relação ao veterinário.

            As coceiras da minha linda pioraram e ela começou a se machucar. Como eu só posso levá-la no fim de semana, a coisa se complicou, pois o veterinário dela mesmo não está lá aos sábados. Assim, minha mãe fez de tudo para levá-la na última quinta-feira (21/10/2010).

            Passei o dia preocupada por causa da forma que a Sofia tem implicância com poodles. Há um pet shop exatamente ao lado. Aconselhei minha mãe a levá-la de carro e a colocar a focinheira. Quando eu cheguei em casa, fiquei feliz em ver que tudo estava bem.

            ─ E aí. Foi tudo bem no vet?

            ─ Foi. Ele disse que ela tem que usar aquele shampoo sempre e só pode usar sabão de coco.

            ─ Então a seborréia dela é crônica. ─  mamy concordou com a cabeça─  Putz! Vou eu pagar mais de R$30 num shampoo. E ela se comportou direitinho?

            ─ Menina, como o povo tem medo, né?

            ─ Muito!

            ─ Eu disse: "vocês 'tão' com medo de uma pit bull que tem medo de barata.

            Eu sorri.

            ─ Eu peguei o número cinco. Ela foi comigo na igreja. Fez cocô, xixi. Depois ficou deitada lá quietinha. Nem tentou nada. Chegou um poodle lá e ela nem ai pra ele.

            ─ Ela é uma cadela muito boa. ─ disse eu, fazendo carinho na minha filhota.

            ─ Ela ficou quietinha na mesa.

            ─ Ela tem medo.

            ─ Tem…

─ Ela não travou na hora de entrar?

            ─ Travou. Foi arrastada.

            ─ Então… Ela colocou a cabeça aki no buraco do teu braço? ─ mostrei o espaço entre o braço e o tronco.

            ─ Colocou, mas ficou quietinha.

            ─ É medo.

            ─ Ih. Entrou um mulher lá com um gato que foi quase decapitado. O vizinho dela jogou o falcão em cima do gato e ele quase foi…

            ─ Que filho da &%#@.

            ─ É… ela entrou cheia de medo. Ai o Dr. Wagner disse: "é mais fácil seus gatos comerem ela".

            ─ Caraca, filha, nem o tio acredita do teu poder… ─ disse eu olhando para Sofia deitada ao meu lado no sofá.

           

            Depois minha mãe me disse que ele a apalpou toda, olhou todos os buracos, tirou temperatura, bla bla bla.

            Resultado: coleta de sangue, porque parece que ela está com uma infecção urinária. Ele só passará medicamentos depois que soubermos com certeza; seborreia crônica, que vai me tirar mais de R$30 reais de dois em dois meses.

            Enfim, entre mortos e feridos, salvaram-se todos… até o quase decapitado do gato.