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domingo, 6 de fevereiro de 2011

DOMINGO - TRILHAS NO PARQUE DA TIJUCA

Qual é o programa de índio perfeito para o domingo?
Fazer trilhas e se enfiar as cavernas da Floresta da Tijuca.
Por que é um programa de índio, algo tão saudável?
Porque esse tipo de coisa se faz no sábado para que possamos descansar no domingo.
Porém... no domingo, eu e Valentim fomos ao encontro do grupo da ECOTRIBO EVENTOS na praça do Alto.
Logo de começo, quase fui assassinada pelo olhar mortal de Valentim. Quando um dos guia nos disse que chegaríamos às 16h, eu me senti pequena.
"4 horas da tarde? Você disse que era até meio-dia".
"Mas no e-mail está dizendo que é de 9h ao meio-dia".- respondi eu.
"Meu Deus. Por isso que todo mundo de mochila. E eu com uma máquina, uma toalha e um gatorade na mão".
"Eu disse para trazer lanchinho".
"Se fosse até meio-dia, eu não precisaria dele. Dá licença, tem algum lugar para comprar comida?
"A gente vai parar num local que tem uns sanduíches e banheiros, antes de começar a subir".
"Ah tá"!
Eu rindo... olhar mortal do Valentim.
Seguimos caminhada. Primeira parada, compras de lanches e fotos de uma pequena cachoeira. De repente, seguimos pelo mato.
"Se for só subida assim, eu não vou aguentar"! - disse Valentim.
"Mal começou!"
Seguimos mata adentro. Voltamos para a estrada, mais uns metros acima e... mata adentro.
Nossa, como andamos! Numa paradinha, fomos comunicados de cobras. Tudo bem... podemos encarar. Mata adentro novamente. Quando nos demos por nós, a subida não era nada fácil.
"Val, estou sentindo pedrinhas no meu tênis"- comuniquei eu.
"Só você para me enfiar numa dessa".
"Comprou o cupom porque quis".
"Agora não consigo parar de andar pro chão".
"Você é o que menos deveria ter medo de cobras".
"Palhaça".
Muitos diálogos no meio do caminho. Fomos informados que não deveríamos fazer barulho na primeira caverna por causa dos morcegos e as fotos deveriam ser sem flashes. Finalmente chegamos a primeira caverna. MUITO SHOW! Lógico que Valentim não resisitu e começou a falar enquanto entrávamos.
"Shhhh!" - fez o guia com uma lanterna na cabeça.
"Fica quieto, menino, Aqui tem morcego!" - disse eu a Valentim.
"Ah é!"
A visão era incrível! Mas as gotas que caíam me assustaram.
"Ai meu Deus" - sempre falando em voz muito baixa- "Ai, é água, pensei que fosse cocô de morcego".
Aquela coisa de flash?? Esqueça! Usamos flashes.
Depois de sairmos da caverna, paramos perto de uma gigante rocha que estava servindo para escalada de dois amigos. Comentei com o Val:
"Val, como os pingos pediam ser cocô se o morcego dorme de cabeça pra baixo?"
"Tinha que ser".
"Você também não falou nada na hora".
Ali, naquele conjunto de rochas, havia outras grutas e eu me aventurei a passar por um buraco entre elas. Valentim preferiu ficar do outro lado e testemunhar a situação. Na fila, enquanto observava as outras pessoas se arricarem, perguntei à guia.
"Lu, qual a circunferência da pessoa para passar por aquele buraco?"
"Ahhh, dependeee!"
"A minha".
"Ah, passa".
Observando mais, percebi que teríamos que sentar e descermos deitados de barriga para cima.
"Aquela menina tem metade do meu tamanho. Eu tenho 1.70 de altura. Eu dou ali, gente?"
Passou! Chega a minha vez! Outro guia, que estava perto da fenda, me explicou como deverei fazer.
"Você vai freiando com o pé esquerdo e o direito tem que seguir a fenda. O Marcus vai te segurar lá embaixo."
"Espere ai! O Marcus vai me ver arreganhada desse jeito".
"Ele tá acostumado".
"Ai senhor. 'Vamu qui vami'".
E lá fui eu. Até que fui muito bem, por sinal, mas na hora de descer, vi que o Valentim estava com a câmera na mão.
"Val, você está tirando fotos minhas toda aberta?"
"Estou filmando".
Enquanto o Marcus segurava pelo meu braço, outro guia deveria apoiar meus joelhos e, ao tentar, as mãos deles escorregaram.
"Menina, quanto creme você passou!"
"Hey! Estão hidratadas."
Finalmente, CHÃO!
Depois seguimos para outra caverna. Linda por sinal! Após, essa, a última, na qual todos entrariam e sairiam pelo ouro lado.
Assim foi. Mais fotos. Hora de subir em fila. Os comentários dos guias.
"Relaxa, não tem cobra. Só escorpião!" - tínhamos que usar as mãos de apoio nas pedras.
Havia uma pequena menina que sofreu com os comentários e as situações. Para vocês terem uma ideia de como era, ela estava vestida TODA de rosa, carregando uma bolsinha de mão da Pucca ROSA. Seu nome era Luiza.
"Calma, Luiza, o máximo que vai acontecer é você colocar a mão no cocô do morcego."
"Ai".
Enquanto esperávamos pelos outros já do lado de fora, Luiza tentava de alguma forma pegar o último biscoito do pacote.
"Luiza, mete a mão e pega o biscoito".- disse a tia dela.
"Minha mão tá suja".
De repente, Valentim começa a rir.
"Tadinha! Ela tentou tanto, tanto, que o biscoito passou direto pela teia de aranha".- Todos nós rimos
Na hora de descermos, o que ninguém acreditava que era possível, Luiza não queria pôr as mãos nas pedras porques estavam sujas. O guia não resisitiu:
"O que você faz quando pisa no cocô do cachorro? Paraliza?"
Gente, como eu ri.
Andamos muitooooo, muitooo e finalmente chegamos ao nosso último destino. Joguei água nas pernas e nos braços para tirar o excesso de sujeira e também tirei as pedrinhas do tênis. Saímos do Parque da Tijuca às 17h.
Meu dia terminou com um banho, comida e cama.Às 19:30, eu já estava na cama e pronta para dormir.

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