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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

CAPÍTULO IV - parte 2

Minha linda ruiva também se derrete toda pelo Anderson, meu primo mais velho. Acredito que seja devido à bagunça e as coisas erradas que eles fazem juntos. Por exemplo, eu nunca incentivei Sofia a brincar com panos; nada de cabos de guerra lá em casa. Esse conceito não é seguido pelo meu amado primo. Resultados: blusas novinhas DELE rasgadas, panos de chão usados para lavar carros e cintos roubados, calças jeans DELE no varal que despertam o instinto canguru nela, coisas desse tipo. Também não gosto quando ela pega garrafas pet para brincar, apesar de ser uma de suas grandes paixões. É lógico que meu primo também não liga. O maior problema é quando ela resolve levar para dentro de casa e a garrafa não está exatamente vazia.
Essas brincadeiras com meu primo fizeram com que Sofia fique nervosa para brincar quando vê alguém lavando carros. Meu tio Amaro que o diga, visto que sofre por causa dos tapetes dos carros dele. Sempre que a Sofia os vê pendurados para secar, seu instinto canguru aflora. Outro dia sofri para dar banho nela, porque meu primo Jonathan foi ajudar meu tio a lavar o carro dele. Quando ela viu os tapetes… nossa, precisei da minha mãe para controlá-la.
As coisas erradas ensinadas pelo Anderson não terminam por ai. Uma bela noite, quando eu a soltei no quintal, ela subiu em uma antiga casinha de cachorro de alvenaria que meu tio Paulo construiu há anos. Enquanto ela ainda em cima do local…
─ Mããããããe!
─ Quê?! ─ gritou ela de dentro de casa.
─ Venha aqui fora, por favor.
Quando ela deu as caras…
─ Como a Sofia aprendeu a subir aqui? Ou é a primeira vez?
─ Não é a primeira vez. Quem sabe disso é Anderson, que estava mexendo no poste ontem e a chamou para subir.
─ Putz! Tinha que ser!
Olhei bem para Sofia e disse…
─ DESCE!
Como uma boa menina, ela obedeceu.
A paixão pelo Anderson é tanta, que ela já conhece o barulho do carro dele e não sai da porta ou da janela quando ele chega. Ela só se move depois que ele diz “oi”.
Meu tio Amaro também adora Sofia e brinca com ela muito mais do que brinca com o poodle suicida, cujo é o dono. Apesar do problema que tiveram no começo, hoje eles são apenas amor.
Outra grande conquista da Sofia foi o meu pai de consideração: senhor Sérgio Viana. Ele nunca foi de brincar com cachorros. Meu irmão de consideração tem 2 pit bulls e papai não entra na casa dele de forma alguma. Na verdade, nenhum cachorro simpatizou com ele até hoje. Contudo, mais uma vez, Sofia mudou essa situação. Um dia, combinamos de passar um feriado na casa de praia deles e eu perguntei se a Soso poderia ir.
─ Pai, eu juro, ela é o cúmulo de mansa e muito boazinha. Não dará nenhum trabalho.
─ Minha filha, se você diz que ela é mansa, eu confio. Mas tenha cuidado, ta
Encurtando a história… aquele que nunca se deu com cães caiu de amores pela Sofia. Ela não saía do lado dele. Brincaram de bolinha, jogaram baralho juntos e Sofia o seguia para todos os cantos. Houve uma hora que eu a coloquei de castigo por uma travessura e fui repreendida por papai, que até queria levá-la para passear. No final de nossa estadia, meu pai Sérgio olhou para Sofia e disse:
─ Nunca pensei que um dia eu daria tapas em um pit bull, nem pegaria uma bola da boca de um.


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