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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CAPÍTULO III

À PROCURA...

Apesar de a vontade de minha mãe ser não ter outro cão, nossa casa estava muito triste. Eu trabalhava na Barra da Tijuca e sempre me lembrava do Keiko enquanto dirigia. Um dia, voltando para casa, comecei a chorar muito. Como eu tinha passado por uns anos difíceis e eles não estavam muito longe daquele período de luto, eu “meio que” entrei em desespero; pois não saberia como encarar mais um novo processo de adaptação emocional. Todo amor que eu sentia pelo Keiko tinha que ser passado para outro bichinho. De tanto negociar com minha mãe, ela consentiu termos um gato. Após muito pensar, decidi… Gato é o caramba!!!
Assim que cheguei em casa, liguei o computador e comecei uma busca árdua pelo Orkut (Deus abençoe quem o criou). Para minha surpresa, havia diversas comunidades e diversos usuários que defendiam a causa. Olhei algumas fotos e tomei algumas anotações. No dia seguinte, liguei para algumas pessoas e mandei alguns e-mails. Alguns animais tinham sido adotados; não consegui falar com alguns números; alguns e-mails não foram respondidos. Continuei a procurar, agora buscando além do Orkut. No terceiro dia de busca, percebi que eu poderia entrar nessa vida também e passei a divulgar cães pelo site de relacionamento mais famoso do país.
Nessa época, meu avô materno já estava hospitalizado e minha mãe e minhas tias faziam rodízio para ficarem ao lado dele. Foram dias bem difíceis para todos nós. Eram muitas cobranças de toda família – meu povo pelo lado materno é extenso, meus avós tiveram 10 filhos; então dá para ter uma idéia do tamanho da família. Meu avô estava muito doente e os gastos e estresses só aumentavam. Eu dava o apoio que podia e continua a minha busca pelo meu próximo bichinho. Desde o começo quis um animal castrado. Primeiro, para evitar as dores de cabeças de fugidas desesperadas como as que tive com o Keiko; segundo, por uma questão de conscientização mesmo. Também comecei a procurar apenas cães de porte médio ou não muito gigantes. Decidi que a mudança tinha que ser radical. Só não imaginava que seria tanto.
Nossa… como eu tinha fotos de cães no meu Orkut! Alguns amigos chegaram a reclamar, pois havia poucas fotos minhas. Eu ainda estava à procura e olhava e olhava as fotos que eu tinha em meus álbuns e nos álbuns de outras pessoas; contudo, uma foto sempre me chamava à atenção. Era uma pit bull tigrada muito magra presa em uma corrente em um lugar de chão batido, chamado Abrigo da Lazica. Lembro-me que tirei a foto de meu álbum, pois depois de um tempo não conseguia mais acessar o link dado. Achei que ela já tinha sido adotada.


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