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domingo, 12 de setembro de 2010

CAPÍTULO VI - parte 2

Devo dizer que me foi dito que Sofia também não implicava com os cães, que entravam e saiam da clínica onde se recuperou. Eles latiam para ela e parada ela ficava. Bem… como já é de conhecimento público. TUDO MUDOU!
Lembro que eu tentei fazer com que ela não latisse tanto. Sempre que ela latia para algo que eu considerava desnecessário, eu reclamava e sempre recebia outra reclamação de volta de minha mãe:

─ Deixa a bichinha latir. é da natureza dela.
─ Não quero que ela lata para qualquer coisa mãe.
─ Para que adianta ter um cachorro e mantê-lo calado. É o jeito de ela se expressar.
Diante de tal argumentação, o que eu poderia fazer? Quem passou a ficar calada fui eu.
Com tanta observação, Sofia aprendeu logo, logo, todos os nossos horários. Se eu não acordar até 8:30, lá estará ela chorando a minha porta. Também sabe onde temos que ir para tomar café. É ela quem vai à frente quando vamos à casa da minha tia. Aprendeu que quando meu tio está na cozinha tem que esperar ser convidada a entrar (o que quase nunca acontece). Sabe onde minha tia fica e sempre vai olhar.
Em relação à hora de dormir, Sofia aprendeu rapidamente onde ficava sua cama. Apesar de muitas manifestações de suas protetoras, eu a colocava para dormir na varanda, como fazíamos com o Keiko. Ela sabia a hora de ir dormir e logo reconheceu a palavra caminha. Após seis meses, Sofia passou a chorar e chorar e chorar à noite. Resultado: minha mãe não aguentava e abria a porta para ela entrar. Sofá passou a ser sinônimo de Caminha. Contudo o ritual se manteve: antes de dormir, Sofia dá o último passeio para fazer as últimas necessidades e depois caminha.
Assim que chegou em casa e obdecendo as leis, eu a treinei para usar a focinheira e ela aceitou muito bem. Ainda reclama um pouco, mas supera.

Logo que ficou amiga de meu primo Anderson, demonstrou que já estava intima. Sempre que ouvia o barulho do carro dele, corria para meu quarto, subia na minha cama e focinho na janela para esperá-lo. Caso, esta estivesse fechada, ela se sentava na minha cama com olhar fixo na janela. Essa devoção toda deve ser porque ela já aprendeu que é com ele que se pode tudo. Todas as besteiras que ela aprendeu até hoje, foi ele quem ensinou.

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