As fobias de Sofia.
É engraçado falar sobre fobias quando se trata de um animal que parece tão forte. Entretanto, Sofia tem, sim, seus medos. Além do medo de ficar sozinha, ela apresentou outros nada convencionais.
O segundo medo descoberto foi o pelo escuro. Na primeira vez que faltou luz em casa, depois que Sofia chegou, me deparei com uma pit bull medrosa que simplesmente não se move no escuro. Eu estava no meu quarto e Sofia na sala. Eu a chamei e ela não vinha de jeito algum. Tive que ir até a sala com a luz do celular apenas. Ela estava de pé no sofá e só saiu de lá quando eu iluminei o caminho. Assim que me viu, ela não saiu do meu lado e dava exatamente o mesmo número de passadas que eu dava. Mesmo após um ano conosco, nada mudou. Sofia não se mexe no escuro, se não houver alguém ao seu lado.
O terceiro medo foi descoberto tão logo uma barata apareceu em nossa frente. Assim que avistei uma barata e gritei "barata" na frente da Sofia, ela pegou sua bola e correu em direção à sala. Do corredor, bem longe de nós, Sofia observava a movimentação.
─ É mole! ─ disse eu.
─ De que adianta ser um pit bull em casa? ─ perguntou minha mãe.
─ Mãe, ela não é um gato. Só tem o charme de um.
─ Ah tá!
Outro incidente se deu por causa de um camundongo. Minha mãe estava na área e gritou.
─ Que que foi? ─ perguntei
─ Um rato!
─ Que foi, Nice? ─ perguntou meu primo Anderson.
Sofia estava no quintal com ele e veio ver o que acontecia.
─ Um ratinho. ─ respondeu minha mãe procurando pelo roedor.
─ Chama a Sofia. Vem, "fia"!
Sofia, mais uma vez, pegou a bola e foi para sala.
─ Você acha que ela acha pega alguma coisa?
─ Pega não? ─ retrucou Anderson
─ É ruim. ─ respondi eu.
─ O Johnny já tinha matado.
Demorou uns 3 dias para matarmos o ratinho com chumbinho. Mesmo assim, o cheiro não atraía Sofia para uma busca incansável. Era como se nada tivesse acontecido apesar do mal cheiro em casa.
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