Em meio a tanta discussão sobre a lei que garante direitos iguais aos héteros e homossexuais, vi que era hora de me forçar a escrever o texto que tanto tenho prometido a mim mesma. Não o faço apenas pelas polêmicas envolvendo homossexuais, mas também por questões religiosas e outras mais. Antes de iniciar o texto em si, quero deixar bem claro que o objetivo não é defender qualquer religião, nem mesmo declarar aos ventos que sou a favor ou contra o homossexualismo. Espero que consiga me fazer entender que esse texto vai muito além desses dois problemas, que foram escolhidos unicamente por estarem mais em vista esses dias.
Devo confessar que tantas guerras, abandonos, assassinatos e crimes pelo mundo me abalam de uma forma que não sei explicar. Afinal, desde que o mundo é mundo, vivemos com tais notícias. O problema é o grau que a estupidez humana atingiu. Não sou perfeita e cometo gafes/erros que podem ser consideradas (os) vergonhosas (os), mas tenho aquilo que muitos perderam ou nunca tiveram: TOLERÂNCIA. Eu não disse que sou paciente; disse que sou tolerante e isso me ajudou a sair de muitas encrencas e até mesmo ajudar outras pessoas.
Há séculos, membros de religiões pelo mundo travam guerras "santas", que matam centenas de pessoas ao dia. Judeus, mulçumanos, católicos, prostestantes pregam a paz que não conseguem manter (às vezes, dentro da própria família). Pregam servir a Deus e, ao mesmo tempo, reduzem a nada vilas ou cidades. Não é obirgatório aceitar todos os conceitos de todas as religiões... nem mesmo de algumas. O que todos esquecem é que tudo o que pregam é parte do mesmo princípio. Todas as religiões foram iniciadas a partir de uma mesma fé em uma mesma entidade divina: Deus. É incrível como muitos o temem, mas nada fazem para viver sob sua palavra de paz e harmonia, tendo aceitado ou não Jesus Cristo como salvador. Crença e fé estão se tornando desculpas para destruição em massa. Claro que a tentativa de conversão é sempre válida, mas é preciso respeitar decisões e opiniões divergentes, principalmente perante às mudanças no mundo de modo geral. Eles esquecem que no final das contas todos serão "julgados" individualmente e que, nem sempre, os fins justificam os meios.
Essas mudanças globalizadas obrigam sociedades a criar leis que protegem seus cidadãos. Essa questão foi o grande "babafa" da semana, quando o Supremo Tribunal Federal votou por UNANIMIDADE a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Agora, todos casais homossexuais têm direitos e DEVERES perante a Legislação, tal como casais héteros. Ai já viu! Foi um tal de deputados federais protestarem, a Confederação Nacional dos Bispos divulgar cartas, blá, blá, blá. Do nada, surge um fulano chamado Jair Bolsonaro, que distribuiu panfletos contra gays em escolas do Rio de Janeiro. Sua argumentação é que o MEC (PQP!) quer transformar crianças de 6 a 8 anos em homossexuais. Ninguém escolhe ser gay. Não existe opção sexual, muito menos transformação sexual. Ninguém acorda um dia e diz "de hoje em diante serei gay". Será que alguém escolheria enfrentar abusos verbais ou sofrer preconceito? Francamente! Com tanta coisa para se preocupar, essa criatura resolver INCENTIVAR outro problema que hoje tentamos evitar nas instituições educacionais, o Bullying.
Caros Bispos e deputados, política não deve sofrer qualquer intereferência religiosa. O legislativo agiu certo ao propôr uma mudança que protege a sociedade como um todo. O número de benefícios dessa medida é extenso, mas atentem atenção primeiramente ao número de crianças que poderão ser adotadas e levar o nome de ambos os pais. A burocracia (espero) tende a cair. Se não é possível pensar como descrito acima, pense de forma egoísta. Quanto mais direitos os gays conseguirem, quanto mais respeito como cidadões que pagam impostos, menos manifestações haverá nas ruas. Quanto à livre expressão, entendam que as leis contra preconceitos não são apenas para proteger quem o sofre, mas também quem o faz. Como? Esperando que o fulano não abra a boca e leve um belo processo nas costas depois. Pense no bolso nessas horas!
É sempre assim: mulçumanos, católicos, judeus, protestantes, negros, doentes mentais, portadores de hanseníase. Não interessa quando surgem; a história é sempre a mesma. São isolados, mortos, massacrados para terem seus direitos reconhecidos. Agora é a vez de gays, góticos, punk, obesos, aidéticos. Muitos outros virão e não é preciso tentar dizimá-los para no final ouvir eles devem ser reconhecidos.
Ninguém é obrigado a concordar com tudo o que acontece pelo mundo. É apenas preciso ser tolerante. A falta desse sentimento pode desencadear uma ignorância, que pode resultar em danos irreparáveis. Já há tantos sentimentos baixos para tornar esse mundo ruim, por que não tentar compartilhar esse,que pode salvar muitas vidas, humanas ou não. Expressão de ideais pode haver, afinal vivemos num país livre. Apenas se espera que suas manifestações sejam feitas entre grupos específicos e de forma civilizada. O mundo se encontra numa era de autodestruição. Por favor, não olhe apenas para o seu mundo. Permita-se respirar fundo e tentar ter um dia de paz com tudo que está a sua volta. Um dia de cada vez.
Emily Bernardo

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