Páginas

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

CANIS MUNICIPAIS: UMA NECESSIDADE ALÉM DA PROTEÇÃO ANIMAL.

O alto nível de abandono e desrespeito aos animais é uma triste realidade no Brasil. Além dessa vergonha, também enfrentamos a ignorância de donos que acham que a castração é uma mutilação, quando, na verdade, é necessária para evitar a quantidade de animais nas ruas e evitar problemas de saúde dos bichinhos. Diante de tamanho problema, os animais abandonados ou aqueles que já nasceram nas ruas apenas contam com a ajuda de protetores independentes e precários abrigos que dependem de ajuda financeira de tempos em tempos para se manter e continuar esse trabalho.
Os Centros do Controle de Zoonoses (CCZ) que são mantidos por poucas prefeituras não têm o investimento que realmente precisam para socialização de cães e gatos, tal como para os tratamentos de saúde que estes precisam. As dificuldades vão além das citadas: faltam funcionários realmente capacitados, limpeza e, algumas vezes, ração. O espaço fornecido pelos CCZs não dá conta do número de animais que precisam de um lar temporário. Esse conjunto de carências gera problemas como contaminações de cinomose e sarna, além de brigas por comida que ocasionam a morte dos mais fracos.
As autoridades governamentais não dão atenção a esse problema, achando se tratar apenas de uma questão animal. Eles esquecem que esses animais podem transmitir raiva a humanos, sem contar a quantidade de fezes e urina pelas ruas e pêlos que podem contaminar alimentos vendidos em espaços abertos. Em outras palavras, não é só pelos animais, mas também pela saúde pública. Já testemunhei dois cavalos andando livremente pelas ruas do bairro onde moro. Nas duas vezes, tentei ligar para o órgão responsável no município de Belford Roxo e ninguém atendeu. Quando liguei para a delegacia, foi a mesma coisa. Os animais procuravam por comida e estavam correndo risco de serem atropelados e causar graves acidentes, pois os carros tentavam desviar e espantá-los. Infelizmente não pude contar com o município para ajudá-los e simplesmente não os vi mais. Um deles parecia ser filhote.
Da mesma forma que as prefeituras não fornecem uma infraestrutura que funcione para esses animais. Também não contribuem para os abrigos já existente, nem facilitam a vida dos protetores independentes com feiras de adoções regulares que possam ser democráticas e utilizadas por todos os responsáveis por essas vidas carentes. 
Entendo que verbas são necessárias para manter projetos como esses, mas parcerias também são possíveis. Basicamente, os municípios precisam disponibilizar um local com espaço razoável para construção de baias para cães anti-sociais e em recuperação, além de áreas abertas para que os animais possam tomar sol e outras cobertas para que se protejam do frio e da chuva. Sabe-se que muitos não conseguirão um lar definifitivo, mas não há nem mesmo um local que sirva de casa de passagem, onde possam ser tratados e castrados. Pelo menos não procriariam mais. O incentivo a voluntários certamente facilitaria a questão de pagamento a funcinários, tal como parcerias com universidades que possuem o curso de Medicina Veterinária ou instituição com curso de Enfermagem Veterinária, da mesma forma que o programa pode se estender a estudantes da rede pública. As práticas com estagiários trariam ganhos para o orçamento do local, para os estudantes e os pobres animais. Os canis municipais também serviriam de ponto de referência para os donos que abandonam seus bichinhos. Pelo menos, os pobrezinho não ficariam à mercer de maldade nas ruas.
Quanto à castração, investimentos para explicar o que é a castração precisam ser feitos, pois muitos não entendem sua necessidade. As fêmeas são as que mais sofrem por não serem castradas, pois além de trazerem muitos outros inocentes ao mundo, podem ter gravidez psicológica e cancêr no útero ou mama; todas esses problemas podem trazê-las a óbito. Em relação aos machos, o grande problemas são as brigas por uma fêmea no cio e a ansiedade para chegar até o sexo oposto, quando podem ser atropelados. Nenhum animal precisa procriar para ser feliz e castração é um bem aos donos e aos bichinhos, principalmente os gatos. Além disso, há abrigos que não aceitam animais abandonados que não estejam castrados e estes acabam como descartados em qualquer ponto da cidade.
A proposta foi passada. Espero que haja certo interesse dos governantes para fazer um espaço adequado e que funcione sem a ideia de eutanásia. Todo animal pode ser socializado e merece uma chance de encontrar uma família, mas para isso é necessário que eles estajam preparados para receber um lar cheio de amor. 
Até breve!
Emily Bernardo


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...