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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

UM AMOR PARA RECORDAR

O texto a se seguir não é uma resenha sobre o filme de Adam Shankman (A Walk to Remember, 2002), nem mesmo se assemelha a essa triste e bela história. Se tivesse que igualar essas palavras a algum filme, este seria O diário de uma paixão (The Notebook, 2004), de Nick Cassavetes. Está achando essas informações complicadas? Então repouse sem sua cadeira e leia, porque você compreenderá porque mencionei os filmes primeiro.

Essa é a história de dois jovens que nasceram vizinhos, cresceram vizinhos e se apaixonaram ainda crianças. Não se sabe se a paixão um pelo o outro nasceu no mesmo momento, mas o fato é que aos 10 anos, Alessandra se descobriu encantada pelo magricela Douglas. Já nessa época, eles compartilhavam os amigos vizinhos que testemunharam as armações, alegrias e tristezas a vir. Afinal, todo casal infanto-juvenil precisa de cúmplices.



E o que dizer das festas de ruas? Aquelas festas juninas que aconteciam perto de casa. Foi justamente durante uma delas que, aos 12 anos, aconteceu o cômico primeiro beijo de Alessandra... em ninguém menos que Douglas. De acordo com suas próprias palavras, ela quase arrancou a bochecha do menino, ao jogá-lo contra o muro a “atacá-lo”. Independentemente da falta de jeito, aquele foi o momento que selou o caminho dessas crianças, pois, a partir de então, iniciou-se uma luta pela permissão dos pais para que se desse o namoro. Foram anos sofrendo com a proibição do pai de Alessandra. Douglas era de uma família de cultura muito diferente e talvez esse fosse um dos motivos. Apenas depois de alguns anos e muitos encontros escondidos, o namoro foi permitido; mas ainda contra a vontade de papai.

Até aquele momento havia um relacionamento juvenil que ficou mais forte pela determinação do casalzinho para permanecer juntos. Entretanto crianças crescem, viram adolescentes e jovens adultos. Esse período de transição da vida, fez com que Alessandra e Douglas sofressem idas e vindas de um amor quase autodestrutivo. Não atrele a essa palavra a semântica tão negativa. Eles eram jovens que precisavam descobrir novas pessoas e novos ambientes. Eles traíram e foram traídos, se separaram inúmeras vezes e tiveram o namoro proibido de novo.
Finalmente a vida adulta. Ela se descobriu mulher nos braços dele e toda as lembranças e emoções daquele primeiro beijo voltaram. Revistas de noivas foram compradas, quase uma coleção; listas de convidados foram feitas e refeitas, tal como promessas a amigas para serem madrinha. Ela nutria o sonho do casamento perfeito, da festa de princesa e compartilhava com quem estivesse disposto a fazer parte desse imaginário.


Quanto à vida profissional, entre altos e baixos emocionais para Alessandra, Douglas seguiu tentando ser um bom namorado, encarando o olhar de desaprovação do pai dela e trabalhando. E como trabalhou... ele fez de um tudo e dessas experiências sairia o símbolo do amor deles. Ela fez de tudo para terminar a faculdade de Enfermagem e durante os anos acadêmicos, Alessandra de mudou para Itaperuna com os pais, estudando lá. Depois de mudou novamente para o Rio de Janeiro, trocando de instituição de ensino. Tempo duro aquele e mais idas e vindas do casal 20. A maturidade se desenvolveu... Porém, certos velhos hábitos não mudam e Douglas controlava seu relacionamento de modo nada saudável para ambos, com aquele jeito intenso de ser. Alessandra ainda se mantinha um tanto submissa, mas já demonstrava incômodo. Mais uma vez o namoro sofria um desgaste triste. Porém, apesar de insistência de alguns para que ela terminasse o namoro, Alessandra esperou e a decisão partiu do Douglas. Parecia ser o fim da história deles. Aos 30 anos, ela se formava enfermeira.

Eles namoraram outras pessoas, tentando seguir em frente. Algumas vezes, Alessandra namorava um rapaz e não sentia nada. Outras vezes, ela se apaixonou e chorou com o fim do romance. Chegou a ficar noiva. Olhe para isso! Douglas se casou duas vezes. Ele se converteu ao evangélico e com o tempo, Alessandra, que já tinha Cristo em seu coração, também se batizou. ​
O casamento dele acabou e Alessandra estava desimpedida novamente. Os flertes voltaram, conversas foram tidas e a decisão foi tomada. Agora era para casar.
Ela foi questionada: “Ele mudou? Está te tratando melhor”?
Ela respondeu: “Ele mudou mais que eu”.
Ela parecia segura do passo que estava dando.
Contudo, não seria fácil planejar o casamento dos sonhos. Alê ficou desempregada por um ano e sofreu com a pressão emocional. Mesmo depois de empregada e certa de conseguiria fazer seus planos acontecerem, a ansiedade era tão grande que resultou em noites de sono em claro. Douglas esteve ao seu lado, dando apoio e a certeza de tudo seria perfeito e do jeito que ela sempre sonhou. 



Finalmente chegou o grande dia, 23 de outubro de 2014. A entrada do noivo foi mais que celebrada pelos convidados. Ela estava linda, entrando com direito a clarinada da noiva e ele não conseguia conter as lágrimas. O forte abraço que Douglas recebeu do pai dela quando este entregou sua filha foi a confirmação de que tudo seria perfeito, pois Sr. Arildo o aceitava como filho. Quando Douglas cantou “Para sempre te amar", de Marcelo Manhãs... emoção à for da pele.


Quando te olho hoje, sinto que valeu a pena
Ter te esperado apesar dos problemas
Sei que foi difícil, por tantas coisas, tivemos que passar.

Mas só quem ama entende que o amor tem seus passos
E que nada na vida acontece por acaso
Sei que foi difícil mas o Senhor nos fez vencer

coro
Te amar, vai ser pra sempre
E te querer, eternamente
Eu sei que nada vai nos separar
Pois sempre vou estar do seu lado
E para sempre te amar

Quando te olho ontem, até que foi de repente
A gente ter se encontrado, me deixou tão contente
Como é que você pode dizer tantas coisas em um olhar

Mas só quem ama escuta o que as palavras não falam
Só quem ama entende o que as rosas exalam
Agradeço a Deus a chance de ter você sempre ao meu lado




Quanto ao símbolo de seu amor, foi Douglas quem as fez. Agora me diga se essas alianças deixam alguma dúvida do tamanho do amor deles? Eles tiveram a noite dos sonhos dela, com cada detalhe planejando com cuidado, pois ela estava certa que seria a única vez que o teria, como seu primeiro beijo.


O texto acima não tem nada a ver com contos de fadas, nem é fictícia. É a história real da minha prima Alessandra e seu atual marido, Douglas.
Sempre impliquei com minha prima por ela se derreter toda por filmes como os que citei no primeiro parágrafo. Hoje entendo que ela é a personificação da devoção e amor que constam nesses filmes e que devo agradecer muito. Primeiramente agradeço a Deus por permitir que ela tivesse essa história e eu poder testemunha-la. Agradecer a Alessandra que me convidou a participar de momentos importantes como visitar feiras de noivas com ela (nem gosto, né?!), vê-la experimentar os vestidos de noivas (lágrimas surgiram nesse dia!), me permitir lhe presentear com seus convites (meu maridão quem fez) e compartilhar comigo seus frustrações, desejos e decisões durante mais de um ano de preparação.



Douglas, lembre-se da história Os três porquinhos. A terceira casa é sempre a mais forte.

Que Deus abençoe sua vida conjugal, pois vocês são a prova de que quando se está escrito nas estrelas do céu e no livro da vida, não há mortal que mude uma história de amor.


P.S.: A história contada não segue uma ordem cronológica exata. Apenas salienta pontos importantes. 

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