É impressionante como toda a minha família gosta de animais, tanto os Nascimento quanto os Bernardo. Todos os meus tios por parte de mãe já tiveram um bichinho. Alguns ainda possuem, outros deixaram de ter por algum motivo importante. Meu pai hoje tem uma mestiça de poodle, Princesa, e uma pastor alemão pura, Surya. Muito bem tratadas e mimadas por sinal. Contudo, o que nos interessa nesse capítulo são os cães da minha tia Miriam e do tio Amaro: a cocker preta Chitara e o poodle branco Johnny, respectivamente.
Chitara chegou ainda bebê, linda e fofa. Minha tia a ganhou de uma amiga. Hoje, ela está com 10 anos, não tão fofa e linda como antes. Johnny também chegou filhote, substituindo outro poodle que meus tios tinham acabado de perder. Johnny tinha uma cor champagne e era bem tranqüilo. Hoje, Johnny deve ter 9 anos. Portanto, todos os cães de onde moro cresceram praticamente juntos, mas não necessariamente unidos.
A cocker cresceu em um espaço muito pequeno. Meus tios poucas vezes a soltaram pelo quintal ou passearam com ela pelas ruas. Por alguns anos, meus tio Paulo teve um ritual: todos os dias pela manha, ele dava dois pedaços de pão generosos à cadela. O resultado disso foi a obesidade da mocinha, que foi controlada. Chitara cruzou apenas uma vez quando tinha 1 ano e meio. A ninhada de 5 filhotes sobreviventes foi toda dada. Depois disso, nunca mais a deixaram cruzar, mas também não a castraram. Meus tios também nunca se preocuparam muito com a higiene correta para a raça dela. Apesar dos banhos semanais, a cocker foi tosada apenas uma vez na vida, quando teve um surto de carrapato. Dava pena de vê-la. As orelhas dela também nunca foram limpas como se devem, salvas pelas poucas vezes que minha mãe cuidou dela. Nunca foi por falta de conselho ou aviso… Até hoje ela tem problemas com carrapatos e as orelhinhas sujas. Chitara fica em um espaço que está sempre molhado e que quase nunca bate sol.
─ A senhora não pode ter cachorro de raça, muito menos com muito pelo. Não sabe cuidar… olhe o estado da bichinha. ─ cansei de dizer isso a minha tia.
Johnny, depois de muito aprontar, foi apelidado de o Super-cão ou Cão suicida. Diferentemente de Chitara, o poodle, que mais tarde ficou totalmente branco, sempre foi cercado de cuidados em relação à higiene. Sempre teve tosa e banhos especiais. Contudo, sofre até hoje o mesmo problema que a Chitara: falta de espaço; porém, ele ainda é solto pelo quintal de vez em quando. Johnny fica em um corredor totalmente cercado. Isso o ajudou a desenvolver uma personalidade antissocial e seu passatempo favorito de matar os passarinhos que pousam nesse corredor. Aquilo que ele não desenvolveu? Bem… (rs) noção de espaço e perigo. Como o meu falecido Keiko, esse poodle tem um belo histórico hospitalar. Vamos à lista: 3 intoxicações estomacais (NÃO ESQUEÇAM, ELE COME PASSARINHOS), um queda do terceiro andar de uma casa, um choque elétrico da máquina de lavar e um ataque de pit bull. Irei narrar agora apenas o salto suicida dele. Bem… (já estou rindo aqui).
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